Um gesto de design arquitetónico, um espaço digital multidisciplinar.
Com esta exposição digital o atelier procurou reutilizar e recontextualizar o universo de Congolândia, previamente apresentado pelo artista Thó Simões, transportando-o para o ambiente digital através de um diálogo profundo com o processo arquitetónico.
O gesto subtil de design arquitetónico, espaço digital, nutre-se da obra do artista, estabelecendo um ponto de partida inspirado no conceito do Universo em Desencanto. Este gesto é o resultado de diversas conversas entre as Artes, baseadas na confiança mútua entre criadores e na ausência de preconceitos.
O diálogo processual apoiou-se na forma oval, usada como instrumento de questionamento, de se do ovo surge a caixa ou da caixa surge o ovo?
Se a arquitetura transcende a sua fisicalidade e a sua função como mero abrigo, não deveria também a sua forma interior ocupar um espaço equivalente dentro dessa linguagem? Neste sentido, a linguagem escrita assume a intensidade silenciosa da arquitetura, integrando-se no processo criativo de forma plena.
"(...) O facto da obra ser comparada ao seu contentor arquitetónico fez com que fosse tomada no seu sentido mais literal. Tanto o contentor arquitetónico quanto a obra contida devem ser vistos como algo não ilusionista, neutro e objetivamente factual; isto é, como material. Literalmente, a galeria funcionava como parte da arte (...)"
— Dan Graham
"Sun Ra: Space is te place"
A 8ª Edição do projecto entitulado Cabana de Arte , do grupo BANGA, trouxe como convidados o artista Angolano Thó Simões e o atelier del medio.
Através do conceito que denomina esta mostra, RECONGOLÂNDIA pretende reciclar e reenquadrar a obra Congolândia de Thó Simões, por meio de um diálogo que propõe recentrar a obra na sua dimensão enquanto modo de expressão, revelação, e critica, dentro da criação de um projecto arquitectónico-expositivo, com a finalidade de levar o visitante numa viagem onde, livre de preconceitos e com confiança no desconhecido, aprenderá a questionar a sua própria individualidade, compreendendo assim a mensagem vibrante que os habitantes deste reino antigo da Congolândia nos trazem.
Artista
THÓ SIMÕES nasceu em Malanje, Angola. Faz, arte urbana, performances, instalações, cinema e fotografia. Estudou arte, no Instituto Nacional de Artes e Cultura (INFAC) Luanda, Angola. Em 2001, exibiu pela primeira vez o coletivo “Os Nacionalistas” e continuou até hoje. Pesquisador, curioso por natureza. O magnetismo de Angola da África, a influência da cultura africana no mundo moderno é um manifesto no seu trabalho. Seus trabalhos, resultam também da pesquisa de heranças culturais ancestrais e línguagens urbanas modernas, sugere diálogos sugestivos socioculturais entre o passado, o presente e o futuro. Representatividade africana e sua influência global.



